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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

12.27.2008

Sobre esquimós e larápios

Por Roberto Civita

Dizem que os esquimós têm 32 diferentes palavras para descrever a neve, elemento onipresente em sua vida. Não sei quantas temos, no Brasil, para falar de desonestidade, mas – para início de conversa – além de ladrão e corrupto, me ocorrem meliante, gandaia, bandalheira, larápio, picareta, maracutaia, batedor de carteira, gatuno, trambicagem, safadeza, bandido e malandro.

Curiosidades etimológicas à parte, isso certamente confirma que a questão vem de longe, e que não por acaso permeia a vida e a língua que hoje une mais de 180 milhões de brasileiros.

É evidente que a desonestidade não é um fenômeno nativo nem recente. Existe desde que os homens desenvolveram o conceito da honestidade e seu oposto e se encontra em todas as culturas e línguas desde o início da civilização – inclusive nas leis e religiões que há tantos milênios visam a reprimi-la e puni-la.

É aí que fico fascinado com o que me parece ser uma das principais e mais urgentes questões da nossa vida pública: a impunidade. Pois, se é verdade que na vida real somos todos permanentemente tentados a cometer uma ou outra desonestidade, é também verdade que a grande maioria consegue resistir às tentações correspondentes por uma mistura de ensinamentos, princípios éticos ou religiosos e – certamente – receio de alguma punição.

Como múltiplas reportagens de VEJA e tantos outros veículos vêm mostrando ao longo do tempo, o que diferencia o Brasil dos países mais avançados e desenvolvidos do planeta não é o número de casos em que nossos governantes desviam recursos públicos ou se aproveitam de seu cargo para obter vantagens ilícitas. Isso, infelizmente, parece ser uma constante planetária. O que varia muito de um país para outro é o que acontece aos transgressores quando descobertos. É o que lhes acontece em seguida.

A progressiva – e muito bem-vinda – institucionalização do país vem resultando em crescente número de investigações e denúncias nessa frente por parte da Polícia Federal, do Ministério Público e da grande imprensa. Mas o que vem acontecendo em seguida? As ações entre amigos no âmbito legislativo, o corporativismo, o nosso tortuoso sistema jurídico e os intermináveis recursos de muitos competentes e bem remunerados advogados vêm se juntando para frustrar praticamente todas as tentativas de punir os governantes que – em todos os níveis da vida pública nacional – abusam da sua autoridade, traindo a confiança dos seus eleitores, desviando recursos públicos e se locupletando impunemente.

Sei que é virtualmente impossível esperar que todos os nossos prefeitos, vereadores, deputados, senadores, governadores e outros dirigentes políticos sejam íntegros e dedicados apenas à boa gestão da coisa pública e ao bem comum. E é exatamente por isso que urge acelerar as mudanças indispensáveis para garantir que todos os que violarem a lei sejam não apenas julgados e condenados, mas – quando assim for determinado – que também passem a cumprir sua pena na prisão. Pois um bom sinônimo de desonesto é indigno. E servidor do povo indigno não pode e não deve escapar incólume.

Somente quando virmos cada vez mais corruptos atrás das grades é que poderemos finalmente festejar o fim da impunidade que tantos males tem trazido ao país. 

 

Roberto Civita é presidente da Editora Abril e editor de VEJA.



Não foi com o filho dele

Ontem dissemos que a Adulteração da cena do crime é um ATENTADO ÀS INSTITUIÇÕES e que o "Chefe de Policia" desconhece suas atribuições pois os seus subordinados deveriam ser imediatamente afastados de suas funções e instaurado o inquerito proprio. O "Secretario de Segurança" e o "Governador do Estado" foram omissos admitindo silentes semelhante despautério. Hoje a Tribuna da Imprensa publica o desabafo do pai do soldado executado "O açougueiro José Antônio Bezerra dos Santos, pai do soldado Rafael Oliveira dos Santos, de 21 anos, assassinado por policiais civis depois de ter sido rendido por criminosos na noite de terça-feira , recriminou ontem as declarações do delegado Alan Turnowski, chefe das Delegacias Especializadas do Rio, durante o enterro do filho. O policial defendera na véspera a ação policial que terminou com a morte do soldado, do vigilante Paulo Marcos da Silva Leão e dos três acusados de terem roubado o Palio de Leão e levado os dois como reféns, em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio". Integra. Desta forma, ao que parece, o despreparo chega ao ponto de não se exigir mais o bacharelado em Direito das "autoridades policiais" no desgoverno do Estado do Rio de Janeiro.

12.26.2008

Adulteração da cena do crime é um ATENTADO ÀS INSTITUIÇÕES

A que ponto chegamos! A cena do crime foi adulterada sob as vistas da propria policia. ISTO É UM CRIME ABSURDO, mas sobretudo é um ATENTADO ÀS INSTITUIÇÕES . Transcrevo na integra a materia do Jornal Nacional e o video que demonstram que o "Chefe de Policia" desconhece suas atribuições pois os seus subordinados deveriam ser imediatamente afastados de suas funções e instaurado o inquerito proprio. O "Secretario de Segurança" e o "Governador do Estado" foram omissos admitindo silentes semelhante despautério. O despreparo e a irresponsabilidade para justificar a impunidade são uma Vergonha Nacional. Parabens ao articulista e um dos editores de nosso blog Cel.Dr. Levi Inimá por trazer à lume a imoralidade.

"O corpo do soldado Rafael de Oliveira dos Santos foi enterrado no cemitério São Francisco Xavier, no Caju. Companheiros do Exército assistiram a cerimônia, inclusive o comandante do Batalhão de Infantaria onde ele servia, que abriu um inquérito militar para acompanhar as investigações. “É um vazio muito grande, entendeu? E uma perda irreparável. Agora é rezar. Não existe Natal”, afirma José Bezerra dos Santos, tio da vítima.



Rafael e o amigo Paulo Marcos da Silva Leão foram feitos reféns por três ladrões durante um roubo de carro na terça-feira em Brás de Pina, no subúrbio. Policiais civis perseguiram o veículo, que caiu em um canal. Houve tiroteio. Os cinco morreram.

Durante o sepultamento, uma mulher disse que viu Rafael ainda vivo depois que o carro caiu no valão. Ela acusou os policiais. “Ele tentou se salvar, ele tentava sair de dentro da água. Ele foi morto à queima-roupa, as balas estão lá para quem quiser ver”, alega a testemunha.

Na quarta-feira, outra testemunha disse que os bandidos iniciaram o tiroteio. “Quando o carro caiu no Rio, nós levantamos para ver. Aí, o rapaz saiu do carro atirando e a polícia atirou nele”, ele conta.

O RJTV teve acesso a um vídeo que mostra o que aconteceu depois do tiroteio. Nas imagens, aparece um homem de bermuda e camiseta mexendo no carro. Ele revira o interior do veículo, onde estavam dois mortos.

Do lado de fora, outros dois corpos no meio da água. O homem encontra uma arma, que é levada em seguida para os policiais que acompanhavam tudo.

A equipe do RJTV mostrou as imagens para o coronel reformado do Exército Levi Inimá de Miranda, que é ex-chefe de Medicina Legal do Exército e perito aposentado da polícia. ”Ele mexeu nos cadáveres e no interior do carro. Comemorou quando encontrou uma arma. Entregou as pessoas que estavam à margem do canal. Fez um procedimento totalmente anômalo, diferente da maneira correta com que os peritos criminais trabalham. Isso não é só desfazimento, isso não é um erro. Isso é um crime cometido contra o que determina o Código Processual Penal”, afirmou o perito.

A Polícia do Rio vai requisitar cópias do vídeo e abrir uma sindicância para saber quem é o homem que aparece nas imagens e por que ele agiu daquela forma na cena do crime.

“A gente tem que ver qual foi a explicação que vai ser dada para justificar essa conduta. Mas, a princípio, isso está prejudicando o local do crime. Evidentemente, isso precisa ser investigado por conta da própria Corregedoria da Polícia Civil”, declarou Gilberto Ribeiro, chefe da Polícia Civil.

Segundo o chefe da Polícia Civil, Gilberto Ribeiro, os policiais disseram que a arma foi retirada antes da perícia porque temiam que ela fosse levada pela água."

12.24.2008

Imprensa livre e imparcial

do: "Estado de São Paulo"

Por:* Luiz Eduardo Rocha Paiva

A mídia constrói e a mídia destrói. Por aí se percebe o poder da imprensa e sua possibilidade de participar, significativamente, da edificação de uma sociedade esclarecida, aberta, madura e de forte espírito democrático. Tem importante papel social e deve ser conduzida mais como serviço que como empresa, com toda a responsabilidade daí decorrente.

A liberdade de imprensa é um dos pilares do regime democrático e os excessos porventura cometidos, contra grupos ou indivíduos, não podem servir de justificativa para limitá-la, como pretendem algumas autoridades. Que tal aperfeiçoar a Justiça, tornando-a mais ágil, de modo a ressarcir quem seja prejudicado por possíveis excessos?

A imprensa tem sido decisiva para desvendar o véu que encobre a falta de cidadania, a soberba onipotência, a corrupção e a impunidade, que compõem a face de grande parte da liderança nos altos escalões da República e comprometem a confiança nas instituições. Assim, contribui para a sociedade ir tomando consciência da necessidade de um choque de valores, para melhorar a si própria e mudar o perfil daquela liderança, o que só depende de sua vontade e de seu valor.

A imparcialidade é um dos atributos fundamentais a serem cultuados pela imprensa e se traduz pela abertura de iguais oportunidades à livre expressão de idéias, independentemente de posições ou pensamentos legitimamente adotados por um órgão. Por outro lado, mesmo amparada em leis que a protejam da mordaça política, só é livre a imprensa que não se submete ao poder econômico ou à censura do patrulhamento ideológico de qualquer matiz. A credibilidade e o respeito, assim conquistados, asseguram-lhe a autoridade moral e, em conseqüência, reforçam a defesa de sua liberdade.

Ao abrir, de forma equânime, espaços para a livre expressão do pensamento, a imprensa ajudará, também, a derrubar a ditadura do "politicamente correto", expressão cujo entendimento distorcido inibe o contraditório e empobrece o debate de idéias, condições fundamentais ao aprimoramento da democracia. Hoje poucos têm coragem de se declarar de direita ou conservadores, pois temem ser rotulados de radicais, injusta e incorretamente, pelo patrulhamento ideológico ainda forte no Brasil. "O conservadorismo não é contrário às mudanças, como se costuma supor, mas entende o progresso útil como proveniente do saber anterior e acumulado e, portanto, plantado nas virtudes e nos valores do passado" (O Livro das Idéias, Chris Rohmann).

Difícil, por exemplo, é ter espaço para apontar aspectos positivos do regime militar, que vão além do desenvolvimento alcançado, base da atual projeção internacional do Brasil. No regime militar se fortaleceram as instituições e os alicerces de nossa democracia. Os generais-presidentes sempre manifestaram o propósito de retornar à normalidade democrática, reconhecendo a excepcionalidade do regime. Tal objetivo foi paulatinamente conquistado, com retrocessos e avanços, pela ação legal e perseverante da sociedade, de seus representantes na oposição e na situação e de sucessivos governos, superando radicalismos à esquerda e à direita.

Se o regime durou mais do que devia é tema de debate, inclusive, para caracterizar a responsabilidade da esquerda radical ao deflagrar a luta armada, a fim de implantar a "democracia" que aprendia em Cuba, na China, na URSS e em seus satélites, "templos das liberdades democráticas e dos direitos humanos". Orientava suas ações o Manual do Guerrilheiro Urbano, de Carlos Marighella, que preconiza: "... o guerrilheiro deve tornar-se agressivo e violento, voltando-se para a sabotagem, terrorismo, expropriações, assaltos, seqüestros e execuções..." Marighella foi líder da ALN, organização terrorista em que militou o atual secretário especial dos Direitos Humanos.

A Nação deve compreender que a esquerda radical optou pela luta armada por perceber que seria fatal para o processo de comunização do Brasil o fortalecimento das instituições democráticas. Sabia ser esse um objetivo do regime de 1964 e que o governo tinha apoio popular, poder e força para fazê-lo. Apoio popular que a esquerda revolucionária nunca recebeu e durou enquanto a economia foi bem, isto é, até os choques do petróleo nos anos 70 e seus desdobramentos na crise de endividamento dos anos 80, que abalaram o mundo todo, não só o Brasil.

Na história republicana, até 1964, podem ser listadas mais de uma dezena de graves revoltas e crises político-militares. Foram conflitos em que sempre havia chefes militares, envolvidos na política partidária, que arrastavam consigo parte da tropa, numa demonstração de que o País não amadurecera para a democracia. Vários chefes, ainda no serviço ativo, participavam da política partidária e não só como candidatos a cargos eletivos. Havendo ou não honestidade de propósitos, ficavam prejudicados o compromisso, que deveria ser exclusivamente com a Nação e o Estado, e a dedicação, que deveria estar integralmente voltada para a missão constitucional. O regime militar afastou as Forças Armadas e os militares da ativa da política partidária e, desde então, as crises políticas são resolvidas nos foros apropriados.

Passado um quarto de século do final do regime de 64, não se pensa nem se quer a volta ao passado. Portanto, deve-se facultar o acesso da sociedade a versões diferentes das há muito tempo veiculadas apenas pela esquerda sobre aquele período. Dessa forma, ela poderá tirar conclusões isentas e se aproximar da verdade histórica, extraindo ensinamentos em prol do fortalecimento da democracia.

A sociedade brasileira será imunizada contra radicalismos de quaisquer matizes na medida em que lhe seja aberto o acesso equânime a todas as correntes de pensamento, pois o conhecimento abrangente permite melhores avaliações, julgamentos e decisões. Por prezar tanto a própria liberdade, ela será o baluarte de uma imprensa livre e imparcial.

Luiz Eduardo Rocha Paiva, general da reserva, foi comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (2004-2006)

12.21.2008

NA MÃO GRANDE

Disponibilizado no Monitor Mercantil Digital em 17/12/2008 e publicado
no Monitor Mercantil de 19/12/2008, pág. 2 (Opinião).

EDUARDO ITALO PESCE (*)
IBERÊ MARIANO DA SILVA (**)

No Afeganistão e no Iraque, os Estados Unidos e seus aliados ocuparam
militarmente o território, derrubaram o governo e destruíram o Estado
local. Contudo, uma intervenção militar estrangeira não precisaria
necessariamente tomar um país inteiro, mas apenas a parte do território
onde se localizam os objetivos e recursos de interesse da potência ou
coalizão interventora.

Como a maior parte dos países periféricos possui Forças Armadas
sucateadas, mal-adestradas e dotadas de material obsoleto, a resistência
à tomada "na mão grande" de parte do seu território seria quase
simbólica. No momento, a atenção dos EUA e de seus principais aliados
está concentrada sobre o Oriente Médio, mas isso pode mudar rapidamente.

No Século XX, a América do Sul era considerada "o mais desarmado dos
continentes". Ainda assim, a relativa paz entre os países
sul-americanos, durante o período, não resultou de um suposto equilíbrio
de poder, mas de uma situação de desequilíbrio favorável ao Brasil. A
alteração desse quadro poderia colocar em risco a paz e a estabilidade
regionais.

A desintegração da América do Sul seria um convite a intervenções de
potências extracontinentais, sob pretexto de combater o terrorismo, o
narcotráfico, o tráfico de armas ou a pirataria. A área de instabilidade
do "novo mapa do Pentágono" estende-se do noroeste da América do Sul à
África, ao Oriente Médio, à Ásia Central e Meridional e ao Sudeste
Asiático.

A escassez de recursos naturais também pode tornar-se uma realidade no
Século XXI. Na busca pelo controle das reservas mundiais de petróleo,
das jazidas de minérios estratégicos ou da água potável do planeta, as
grandes potências poderiam empregar seu Poder Militar contra os
territórios dos países onde tais recursos naturais estivessem localizados.

Mas nem todas as ameaças à paz na América do Sul teriam origem externa.
Com o fim da "Era Bush", o unilateralismo norte-americano pode sofrer
certa redução. Isso poderia resultar num abrandamento do sentimento de
antiamericanismo e da tendência a considerar os EUA como o "grande
vilão", que sempre alimentaram o discurso político populista nos países
da região.

Nesse caso, haveria necessidade de escalar um substituto para o papel de
"vilão". Por ser o único país lusófono das Américas e um gigante
territorial, demográfico, econômico e cultural, o Brasil é muito
diferente de seus vizinhos hispânicos. Por isso e por ser um "anão"
político-militar, nosso país seria o candidato óbvio, para se tornar o
novo vilão da América do Sul.

Tentativas de "satanizar" o Brasil já estão em curso, em países
vizinhos. Até agora, as reações de nossa diplomacia "politicamente
correta" têm sido tímidas. Não se pode sair por aí "brandindo o sabre",
mas a política externa de um Estado soberano deve visar à defesa de seus
interesses nacionais.

O fortalecimento do Poder Nacional, inclusive no campo militar, é
essencial. Para defender a soberania e os interesses nacionais, a
política externa e a política de defesa devem atuar de forma coordenada.
No Brasil, porém, defender tais idéias é "tabu". Aqui se acredita que um
país deve "servir à causa da paz", e não defender seus interesses.

Nesta quinta-feira, foi finalmente lançado o Plano Estratégico Nacional
da Defesa (PEND), constituído pela Política Nacional de Defesa (PND) e
pela Estratégia Nacional de Defesa (END). Este plano, que será
complementado por outras medidas, deve substituir a Política de Defesa
Nacional (PDN) e a Estratégia Militar de Defesa (EMD), elaboradas em 2005.

O anúncio oficial do novo plano poderá provocar reações negativas e
protestos, não só em países vizinhos, mas também no Brasil. No plano
interno, tais reações poderão partir de setores ideológicos de
extrema-esquerda, assim como de organizações pacifistas, setores da
mídia ou grupos ligados ao sistema financeiro.

A elaboração de um documento de planejamento tão abrangente normalmente
envolve complexas negociações políticas e burocráticas. No entanto,
qualquer adiamento dá logo margem a especulações, causando ansiedade e
podendo até levar a uma indesejável polarização das opiniões sobre o
assunto.

Segundo dados do SIAFI, disponibilizados na Internet, até 07/11/2008
haviam sido efetivamente gastos R$ 31,092 bilhões do orçamento do
Ministério da Defesa, o que correspondia a apenas 66,5% da dotação
orçamentária de R$ 46,724 bilhões autorizada no início deste ano.

O fato de que, a apenas 54 dias do fim do exercício fiscal, um terço do
orçamento de defesa autorizado para este ano não tinha sido efetivamente
indica que já está havendo um recuo, no modesto aumento de recursos para
o setor verificado entre 2005 e 2007. Isso pode inviabilizar qualquer
tentativa de modernização.

Os R$ 37,765 bilhões gastos com a defesa em 2007 correspondiam a 90,5%
dos R$ R$ 41,709 bilhões autorizados no início daquele exercício. Em
2006, foram gastos R$ 34,487 bilhões, correspondentes a 89,8% dos R$
38,406 bilhões autorizados. Em 2005, os gastos haviam sido de R$ 30,759
bilhões, correspondendo a 87,9% dos R$ R$ 34,995 bilhões autorizados.

No Orçamento da União para 2007, os recursos destinados à defesa
nacional corresponderam a 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB), estimado
em R$ 2,431 trilhões. À taxa de câmbio de R$ 1,85 por dólar, o orçamento
de defesa e o PIB brasileiro (pelo critério de câmbio), para aquele ano,
foram de US$ 20,414 bilhões e de US$ 1,314 trilhão, respectivamente.

Por tal critério, o Brasil ficou bem abaixo da média mundial de gastos
anuais com as Forças Armadas, que é de 2,5% do PIB. Considerando-se o
PIB por paridade de poder aquisitivo, a situação do país foi ainda pior.
Em 2007, a defesa ficou com apenas 1,10% do PIB, estimado em US$ 1,849
trilhão.

É essencial que se garanta o fluxo dos recursos necessários à
modernização das Forças Armadas. O atual quadro mundial de incertezas dá
pouca margem para otimismo. O Brasil tem pouco tempo para mostrar ao
mundo que é um Estado nacional soberano, e não apenas um mercado
emergente. Qualquer hesitação será percebida como sinal de fraqueza.

____________________


(*) Especialista em Relações Internacionais e professor no Centro de
Produção da UERJ.

(**) General-de-brigada engenheiro militar na reserva.

185 mi/87%;500 mil índios/100%

(Da Resenha do CCOMSEX/21122008)

11 cidades de São Paulo

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS

185 milhões de brasileiros podem andar livremente só por 87% do país, mas aos índios garante-se o direito de percorrer 100% do Brasil

 

SÃO PAULO é a cidade mais populosa do Brasil e, nas Américas, perde apenas para a Cidade do México e Nova York. Tem quase 11 milhões de habitantes.

Um território correspondente a 11 cidades de São Paulo -o que valeria dizer, se habitado nos moldes dessa metrópole, a mais de 110 milhões de brasileiros- foi praticamente assegurado pelo Supremo Tribunal Federal para apenas 18 mil índios. Pela decisão de oito eminentes julgadores daquela corte, os brasileiros lá residentes há décadas terão que se retirar para que um museu do índio vivo seja preservado e para que possam eles caçar, pescar e admirar a paisagem.

A fim de que tais índios não sejam perturbados em suas tradições primitivas, os demais 185 milhões de brasileiros estarão proibidos de lá entrar sem uma autorização da Funai, emitida sempre para algumas horas de estadia. Excetua-se a possibilidade de as Forças Armadas e a Polícia Federal lá ingressarem sem o carimbo da Funai.

Impressiona-me, todavia, a facilidade com que a Funai autoriza considerável número de ONGs estrangeiras a ficar por mais que algumas horas e a atuar nas áreas contingenciadas, como me impressiona que as referidas áreas estejam entre as mais ricas em minérios, biodiversidade e recursos hídricos, não tendo ficado claro, no voto dos preclaros julgadores, quem poderá explorá-los e quem se beneficiará dos recursos financeiros decorrentes se, um dia, a exploração for autorizada.

Roraima praticamente deixará de existir. Quarenta e seis por cento de seu território foram declarados como pertencentes aos índios, em que o governo é a Funai. A outra metade, quase por inteiro, a União entende pertencer-lhe, o que vale dizer, são terras administradas pelo Incra. De rigor, Roraima é o primeiro Estado brasileiro praticamente sem território, pois ou pertence aos índios ou pertence à União, ou seja, quem o governa são a Funai e o Incra.

Pela decisão, se for confirmada no próximo ano -faltam três votos-, os eminentes ministros do Supremo -que admiro há muitos anos, tendo, inclusive, livros escritos com alguns deles- outorgariam, pelo precedente criado, a pouco mais de 400 mil índios, nascidos ou não no Brasil, com cultura diferente da dos outros 185 milhões de brasileiros, 107 milhões de hectares, vale dizer, 4,5 Estados de São Paulo, onde vivem hoje 42 milhões de brasileiros!

Thomas Friedman, em "O Mundo é Plano", não vê mais espaços para o isolamento de países, regiões e povos, de maneira que os índios "não civilizados", nos próximos 50 anos, estarão, rigorosamente, adaptados aos padrões culturais do mundo inteiro, recebendo, porém, seus descendentes o privilégio de viver em extensas áreas territoriais herdadas dos pais.

Enquanto isso, continuarão os brasileiros não-índios mais pobres não "aprisionados" em vastas extensões de terras descontínuas, como afirmou o brilhante ministro Carlos Ayres Britto -que, por ser bom poeta, impregna seus votos de líricas imagens- , mas em dolorosas favelas, sem espaço, como os estudos antecipatórios de especialistas e de entidades a eles dedicados, no mundo inteiro, sinalizam que haverá na segunda metade do século 21.

Hart, grande jusfilósofo inglês, em 1961, no seu livro "The Concept of Law", disse que "direito é o que a Suprema Corte declara ser". Não se discute, pois, uma decisão do Supremo.

Não deixa de ser, todavia, estranho que, assegurando o artigo 5º, inciso XV da Constituição, a todos os brasileiros o direito de andar livremente por todo o território nacional, 185 milhões possam andar sem autorizações funaianas por apenas 87% do país, enquanto aos índios, mesmo os não nascidos no Brasil e que para cá migraram de outros países sul-americanos, está garantido o direito de percorrer 100% do Brasil, independentemente de qualquer autorização.

É de lembrar que o Brasil assinou declaração universal de auto-determinação dos povos indígenas na ONU, em fins do ano passado, enquanto Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá, que têm índios, não assinaram.

Compreende-se que indígenas de nossos países vizinhos, que não têm tratamento igual ao brasileiro para seus nativos, estejam ingressando no país, passando a ter direitos superiores aos dos brasileiros não-índios de circulação no território nacional. Todos são iguais perante a lei, mas, como dizia Orwell, alguns são, decididamente, mais iguais do que os outros.

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS , 73, advogado, professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra, é presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio e do Centro de Extensão Universitária

12.19.2008

Crueldade sem limites.

CRUELDADE SEM LIMITES.



Criminoso condenado milita na esquerda brasileira

Achille Lollo é um jornalista, ensaísta, intelectual e militante de esquerda italiano. Em 1973 seu país vivia anos difíceis, onde eram freqüentes os confrontos entre comunistas e não comunistas. Ele militava no Partido Operário, de esquerda.

Mario Mattei tinha 48 anos e era gari. Residia num bairro proletário e era secretário da secção local do MSI (Movimento Social Italiano, de direita). Um trabalhador que, com sua humilde profissão mantinha a esposa e seis filhos. Num episódio que chocou a Itália, Achille Lollo e três companheiros de partido, terroristas das Brigadas Vermelhas, jogaram 5 litros de gasolina por baixo das portas do pequeno apartamento de Mário Mattei , no terceiro andar da via Bernardo da Bibbiena 6, no bairro operário de Primavalle, em Roma. E atearam fogo. Eram três horas da madrugada de 35 anos atrás. Mário estava na cama quando o brilho das chamas invadiu os quartos. Ele não conseguiu alcançar os filhos e se jogou pela janela, enquanto a esposa, pegou os filhos pequenos de 9 e 4 anos e com eles foi para o andar de cima, onde todos foram socorridos pelos bombeiros. Outras duas filhas de 19 e de 15 anos conseguiram se salvar descendo de um balcão. Os últimos dois filhos, Virgílio de oito anos e Stefano de 14, ficaram presos no quarto sem poder sair pela porta em chamas e, sem poder enxergar pela fumaça que ardia a garganta, tentaram chegar a uma janela. Sussurravam socorro e se mexiam na desesperada tentativa de atrair a atenção dos bombeiros, mas não tinham voz nem força para gritar. O maior dos dois chegou a colocar a cabeça fora da janela. Há algumas fotos dramáticas que o mostram, preto pela fumaça e com o rosto já devastado pelas chamas, enquanto implorava por uma impossível salvação. O irmão não alcançava a abertura da janela e não era possível vê-lo a não ser quando se atirava em cima do irmão mais velho tentando respirar um pouco de ar. Os bombeiros os encontraram carbonizados e abraçados, em baixo da janela que não conseguiram pular. Um horror. Os dois rapazes, consumidos como tochas, queimaram as consciências de todo o País.

O atentado ficou conhecido como Rogo di Primavalle (incêndio de Primavalle). Em 1987, Achille Lollo e dois companheiros de partido foram julgados e condenados a 18 anos de prisão pelas acusações de "duplo homicídio culposo", "incêndio doloso" e "uso de explosivo e material incendiário" e "tentativa de homicídio" (dois consumados e seis tentados). Porém Lollo fugiu da Itália para, anos depois reaparecer no Brasil. Em 1993, o governo brasileiro se negou a extraditá-lo e ele vive até hoje no país.

Em 2003, o crime de Achille Lollo completou 30 anos e, pelas leis italianas, prescreveu (sua pena deixou de ter efeito). Entretanto, familiares das vitimas e grupos políticos italianos recolheram assinaturas e pressionaram a Justiça, que declarou inválida a prescrição do crime.

Dedicado ao jornalismo e à editoria de esquerda, a produção intelectual de Lollo foi sempre veiculada nas revistas trimestrais "Nação Brasil", "Conjuntura Internacional" e "Crítica Social", das quais era editor.

Para quem não sabe, em 2004 Achille participou da fundação do PSOL, partido do qual é um dos ideólogos. Antes de unir-se às hostes do PSOL foi membro influente do Partido dos Trabalhadores. Não há notícia de que algum dirigente do partido ou da esquerda brasileira se incomode com sua militância política. Os fins justificam os meios, dizem os terroristas.

Comentário:
Esta tortura inimaginável que culminou com a morte de dois meninos não prescreveu, não está protegido por nenhum acordo ou lei de anistia, basta ao governo brasileiro extraditá-lo, atendendo solicitação da Itália e do indignado povo italiano.

12.13.2008

A VERDADE HISTÓRICA.

AI-5 E AVERDADE HISTORICA

Aristóteles Drumond


O próximo domingo marca o início da semana dedicada a matérias relativas aos 40 anos do Ato Institucional 5, editado pelo presidente Arthur da Costa e Silva, com aval de seu Ministério, para permitir que o governo garantisse a ordem pública. Além de lhe dar instrumento para controlar atividades criminosas, como assaltos a bancos, seqüestros de diplomatas estrangeiros, tentativas de implantação de guerrilha em diversos pontos do território nacional. Tudo isso promovido não pela oposição ao regime, abrigada no MDB, presente no Congresso Nacional e nas assembléias estaduais. Esta oposição armada era de cunho revolucionário-marxista, com ligações notórias (e confessas, mais tarde) com o regime de Fidel Castro. Mas a versão a ser publicada e comentada será apenas a dos derrotados de então. Como se o que eles queriam implantar no Brasil não fosse merecedor da pronta reação do governo e da sociedade, inclusive da oposição democrática ao regime.

O AI-5 foi um instrumento legal forte, sem dúvida, mas foi também uma reação, com respaldo na opinião pública, conforme atestam os jornais da época. É só uma consulta. Mais ou menos igual ao documento que instituiu, em 37, o Estado Novo, nas mesmas circunstâncias de ação armada contra o governo, em 35, pelos comunistas ,as ameaças integralistas e até com alguns redatores comuns. A censura lamentável em alguns jornais e revistas não pode servir para invalidar as declarações e artigos publicados na grande imprensa nacional, reconhecendo a medida como mal menor. A censura existiu, mas não foi total, como ocorre nos países idolatrados pelos optantes da luta armada.

O único dissidente foi o então vice-presidente Pedro Aleixo. Eleito no mesmo processo de escolha do presidente, depois de ter sido ministro da Educação do primeiro governo revolucionário. Ainda assim, a discordância não chegou a ponto de levá-lo a renunciar ao cargo.

O presidente Costa e Silva teve uma carreira militar exemplar, com todos os cursos feitos com louvor, e recebeu, na sua indicação, amplo apoio da sociedade, não apenas no partido e entre seus camaradas de caserna, mas das lideranças empresariais da época. Era homem de convívio ameno, cordial, correto e, com sua sensibilidade de chefe e líder, revelou ao Brasil uma equipe de primeira linha. Data de seu governo a entrada em cena de alguns notáveis realizadores, como Delfim Netto, Mário David Andreazza, Jarbas Passarinho, Helio Beltrão, Costa Cavalcanti – que continuaram ministros nos governos revolucionários progressistas de Emilio Médici e João Figueiredo. E contou com políticos da respeitabilidade de Magalhães Pinto, Rondon Pacheco, um ex e outro futuro governador de Minas Gerais, em administrações exemplares.

A implantação do comunismo no mundo fez alterar o conceito de ditadura. Os regimes de direita devem ser vistos como autoritários, mas não podem ser comparados com ditaduras que limitaram o simples direito de ir e vir, a total censura na imprensa, a eliminação do direito a propriedade e o empreendedorismo, o bloqueio de sinais de rádio e prisões contadas aos milhões (vide Stalin) e condenações a morte (Stalin, Mao e Fidel). Pior: fomentaram os embates, lamentáveis evidentemente, levando equivocados jovens a recorrerem ao uso da violência no Brasil, no Uruguai, no Chile e na Argentina.

Ninguém pode desejar que o Brasil volte a passar por momentos de restrições aos direitos fundamentais na democracia. Daí a se mentir, inverter a verdade, ignorar a biografia dos homens que fizeram o regime, muitos vivos e atuantes existe uma diferença.. Um dos melhores ministros do atual governo, por exemplo, Reinold Stefanes, da Agricultura,presidiu o INPS no período militar,foi da ARENA e do PDS, assim como o notável titular da Agricultura de FHC, Pratini de Morais, que foi Ministro no governo Médici.

O registro é pela verdade histórica, é um apelo à consulta aos jornais da época e aos anais do Congresso Nacional. Não se constrói uma nação democrática e justa com a cultura do ressentimento e o recurso da mentira, muitas vezes, para obter ou para justificar ganhos financeiros.

Os brasileiros não comprometidos com o ressentimento dos comunistas, sabem que os militares, ao longo de toda nossa historia, sempre estiveram ao lado da ordem e do progresso que juraram defender. E naquele momento a ordem estava seriamente ameaçada.

Transcrito da página do Aristóteles Drumond em 13 de dezembro de 2008.

Comentário:

Quem viveu aqueles dias que precederam o AI-5 sabe muito bem a angústia e insegurança vivida pela sociedade brasileira, principalmente nos grandes centros, protagonizada por bandidos travestidos de defensores da democracia. O artigo de Aristóteles Drumond é uma vesdadeira ilha de coerência com a verdade e com a dignidade da profissão jornalística.

A mentira e a manipulação tem vida curta, os abutres passarão e a verdade prevalecerá.

12.08.2008

LULA DA SILVA E DERCY GONÇALVES


Por Maria Lucia Victor Barbosa

8/12/2008

 

Dercy Gonçalves era uma atriz popular que fazia da esculhambação fator de seu sucesso. Lula da Silva é o presidente da República que buscando o sucesso esculhamba para ser popular. O que os faz semelhantes? O uso de palavrões, pois não sei se Dercy era alcoólatra. O que os faz diferentes? Dercy, a debochada, não estava investida da autoridade do mais alto cargo da República. Lula da Silva está.

Pode ser que tenha se tornado politicamente correto usar palavrões. Que seja interpretado como preconceito criticar o presidente por ele esbanjar palavras de baixo calão que passam pelos tradicionais “p...m”, “p...rra” e mais recentemente o “sifu”. Lembre-se ainda do “ponto G” que o presidente brasileiro agraciou o companheiro Bush ou outros gracejos e gracinhas, ditos no auge do entusiasmo que ocorre nos palanques de onde ele só desce para viajar ao exterior.

Os “adornos” lingüísticos com os quais Lula da Silva entremeia suas falas por sinal muito aplaudidas, talvez possam ser explicados por conta de sua origem sindical e petista. Como ele nunca sabe de nada, certamente ainda não percebeu que deve ser comportar como presidente da República e não como líder de metalúrgicos. Nesse caso, falta alguém do cerimonial ou de sua intimidade palaciana que ouse lhe dizer que não fica bem um presidente tão sem educação, tão sem compostura, tão grosseiro. Enfim, que ele não é Dercy Gonçalves nem animador de auditório e que porta de fábrica é realidade diferente de Palácio do Planalto.

Mas se algum corajoso advertir Lula da Silva sobre a impropriedade de seu comportamento, sobre a necessidade de controlar seus rompantes, provavelmente etílicos, sobre os limites entre o humor e boçalidade, poderá em troca receber um ou mais palavrões com “argumentações” mais ou menos assim: “sou um sucesso, sou a cara do povo e como o povo fala palavrão, o que me identifica com meu eleitorado, vou continuar e ninguém tem nada com isso”.

Mas será que o povo brasileiro fala tanto palavrão? Depende do lugar, como um estádio de futebol, na hora em que o juiz rouba para o time adversário. Em algum momento da intimidade familiar ou de amigos. Diante de certos transtornos do cotidiano como exclamação de contrariedade. Mas não é comum nas conversas diárias soltar o “verbo diarréico”. Também dele não costumam fazer uso, profissionais em geral ao se dirigir aos seus clientes ou pacientes, autoridades em cerimônias públicas. Com exceção, é claro, do governador do Paraná, Roberto Requião, que prima pela linguagem desabrida e pelo estilo truculento

Naturalmente, alguns membros do governo Lula da Silva são seguidores do chefe. É o caso de Marco Aurélio Garcia, celebrizado por gestos obscenos. E de madame Favre ou Suplicy com seu imortal “relaxa e goza”. Como a primeira-dama parece ter sido agraciada com o silêncio obsequioso, não se sabe se também segue o estilo Dercy Gonçalves, mas se pode imaginar o que é ouvido nas reuniões do PT, quando cadeiradas são desferidas democraticamente No mais, os ministros de Lula da Silva têm caído às pencas por corrupção, mas não costumam falar palavrões, pelo menos em público. Alguns até podem ter pensado em algum “sifu”, como José Dirceu ou Palocci, mas, se pensaram, engoliram em seco.

Em todo caso, digamos que a imensa popularidade de Lula da Silva transforme seu linguajar chulo em moda. Você diria a uma pessoa: “bom dia”. E ela responderia: “vá à m...”. E assim por diante. Tudo muito natural. Tudo politicamente correto. E coitado daquele que se queixasse de quem o insultou.  O preconceituoso seria preso por crime hediondo e inafiançável.

Aliás, na era Lula da Silva o correto, o certo, o elegante é quebrar escolas e bater nos professores. Invadir propriedades produtivas e destruir o patrimônio alheio. Exacerbar a violência, inclusive nas torcidas de futebol. E chic mesmo hoje em dia é ser assaltado. Morrer à espera de atendimento do SUS, de dengue ou de bala perdida, de preferência gritando um palavrão no derradeiro momento, seguido do brado “viva Lula”, esse grande inaugurador de um Brasil feito de mentira, de propaganda enganosa, medíocre e vulgar.

Consola saber que ainda existem, brasileiros dignos. A tragédia que se abateu sobre Santa Catarina mostrou comoventes exemplos de solidariedade e de coragem da população, dos bombeiros, dos militares, de todo o país que se mobilizou para ajudar as vítimas. E se a dor dos catarinenses que perderam parentes, casas, pertences, permanece insepulta, o Estado já se levanta, reorganiza o caos, retoma o trabalho e a produção.

Enquanto isso Lula da Silva, cujo governo não agiu preventivamente em Santa Catarina para impedir a catástrofe, prossegue apenas discursando, gracejando, proferindo impropérios para o gáudio da platéia de bajuladores. Perto dele Dercy Gonçalves é santa.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

mlucia@sercomtel.com.br   

12.07.2008

TEXTO DO NETO, DIRETOR DE CRIAÇÃO E SÓCIO DA BULLET, SOBRE A CRISE MUNDIAL.


"Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo.
Resolver, capicce?
Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia."

Como uma pessoa comentou, é uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar.
Se quiser, repasse.
Se não, o que importa? O nosso almoço tá garantido mesmo...

A aliança de Lula com Serra

Enviado por Ruy Fabiano-

A aquisição da Nossa Caixa, instituição financeira que pertencia ao estado de São Paulo, pelo Banco do Brasil, capitalizou o governador José Serra para enfrentar a crise econômica em 2009.

São R$ 5,4 bilhões, que pingarão no caixa do governo paulista, em prestações mensais de R$ 300 milhões, corrigidas pela taxa selic, durante 18 meses, período abrangido pelo mandato de Serra.

A operação, que permitiu a Serra compor um orçamento não recessivo para o próximo ano, fez ressurgir suspeitas de que entre ele e Lula há mais que simples convívio civilizado. Haveria uma parceria política de conveniência recíproca.

Lula sabe que o PT não dispõe de um nome de peso para fazer frente a Serra. Sabe também que, embora detentor de índices altos de popularidade, não consegue transferi-los a terceiros, como o demonstrou a recente eleição municipal.

Serra tem sido apontado, em sucessivas pesquisas (as mesmas que conferem a Lula índices inéditos de popularidade), como o favorito à sucessão presidencial de 2010. Dilma Roussef, que Lula apresenta como sua favorita, não consegue decolar nas pesquisas.

Para Serra, a simpatia de Lula tem vantagens evidentes: facilita-lhe o desempenho administrativo e reduz-lhe a margem de atritos na futura campanha eleitoral.

Para Lula, que pretende retornar à Presidência em 2014, é conveniente, na hipótese de seu partido perder a eleição de 2010, ter no poder alguém que não lhe infernizará a vida. Alguém que não promoverá devassas que comprometam seu futuro político.

Nesse sentido, Serra lhe é confiável. Não há também entre ambos conflitos ideológicos maiores. Serra tem formação esquerdista, não detonará os movimentos sociais, nem os programas assistenciais do atual governo, como o bolsa-família - que, na verdade, se origina do anterior, do bolsa-educação e dos programas da Rede de Proteção Social, concebidos e conduzidos por Ruth Cardoso. Lula ampliou-os, mas não os concebeu.

Serra pode até modificá-los, ajustá-los à sua concepção administrativa, que difere da atual, mas não iria destroçá-los. Lula, na eleição que disputou com Serra, em 2002, viu-se respeitado pelo adversário, que recusou tentativas de assessores de sua campanha para que partisse para o jogo baixo, de acusações pessoais.

Serra encarna o PSDB que Lula e o PT moderado assimilam – e que, na concepção de muitos, formariam uma dobradinha invencível, capaz de ocupar por décadas o poder. Isso só não acontece porque disputam a hegemonia política em São Paulo, o que cria entre ambos rivalidade insuperável, que os mantêm presos à contemplação da árvore, sem condições de observar a floresta.

Há, por exemplo, muito mais afinidades entre o PSDB e o PT que entre este e o PMDB, integrante da atual base governista. Mas São Paulo impede que essa afinidade se materialize.

O governo Serra já está refazendo o orçamento estadual para 2009 para acomodar os recursos da venda da Nossa Caixa e ampliar o volume de investimentos, de R$ 18,6 bilhões para R$ 21 bilhões - importância igual à que o governo federal investirá no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no ano que vem, em todo o País.

Também foi redimensionada a previsão de investimentos para 2010. Agora, o total a ser aplicado no último ano do governo Serra será de R$ 24 bilhões. A soma dos dois últimos anos de governo chega ao inédito valor de R$ 45 bilhões de investimentos, o que permitirá a Serra condições para que estabeleça um recorde em investimentos em infra-estrutura na história do país.

É óbvio que, sem apoio do governo federal, isso não seria possível. E é óbvio que esse apoio não existiria se não houvesse entre governador e presidente da República disposição de selar um apoio político de simpatia recíproca. Ambos estão convencidos de que saem ganhando. Para Lula, Serra é dos males o menor. Para Serra, Lula é o contrário: dos bônus, o maior.

O HOMEM DO "SÍFU"



Por Reinaldo Azevedo

Lula só pode ter voltado a abusar da água mineral. Não há outra explicação. No discurso em que, na prática, ficou tentando encontrar culpados para as dificuldades que a economia brasileira já começou a enfrentar, ele começou dizendo que é um Dom Quixote. Tá. Inteligente ele é, já afirmei aqui umas 500 vezes. Mas é de uma ignorância oceânica. A único traço de caráter apreciável da personagem de Cervantes era a inocência. No mais, bem..., era um desastre. E Lula não tem a metade da inocência daquele. Ademais, o que, naquele, era loucura, neste, é puro método. Se ele é mesmo um Dom Quixote, o desfecho será o pior possível. Adiante.

12.02.2008

RECESSÃO

02/12/2008

Recessão.

Nós estamos em dezembro de 2008. Os EUA acabam de saber que estão em recessão desde 2007, portanto há mais de um ano.

Desde que o mundo entrou no processo de globalização, 20 anos atrás, foi construído um processo de crescimento totalmente sem controle e de enorme interação entre o s agentes econômicos. Qualquer coisa que pudesse dar errado destruiria muito do que foi edificado.

Pois bem, algo deu errado. A velocidade da parada na teia econômica foi de tal ordem que, em verdade, os controladores das finanças mundiais ainda estão por acreditar no que estão vendo. O mundo parou, a globalização acabou. Não acreditam? Pois podem acreditar. O preço do frete caiu 90% desde há um ano. Mas não demorou um ano para isso acontecer, aconteceu em 45 dias apenas. Já estamos falando de crise no setor de transportes em larga escala. Já falamos de Bancos de Investimento, montadoras, e agora transportes. Virão, após isso, Cias de aviação e fabricantes de aviões e navios.

O rolo compressor está andando para frente. Ai, logo cedo, escuto o ministro da fazenda dizendo as bobagens de sempre. Que a crise e sua fase aguda já passou. Que agora estamos estabilizando o crédito e as mentiras de praxe de todo santo dia.

Não estamos fazendo coisa nenhuma, o crédito não virá, e o rolo compressor ainda está amassando gente nos EUA e Europa, sem falar da China e do Japão. O tamanho deste rolo compressor, segundo a Bloomberg, já esta na cifra de meros 8,5 trilhões de dólares. Crises anteriores, com cifras da ordem de 800 bilhões, pararam o mundo por mais de 24 meses.

Para que o governo americano coloque 8,5 trilhões na parada é porque esse dinheiro sumiu. É sumiu, desapareceu, não existe. Como não existe, o mercado real vai perder em vendas nada menos que a mesma quantia. Imediatamente.

A farra foi muito boa, mas os EUA se financiaram com a globalização. A festa acaba de acabar. Não era mais possível que o mundo tivesse um crescimento daquele nível, baseado em pura especulação financeira. Nos EUA as vendas pararam totalmente no que concerne a automóveis. Com isso a receita dos estados vai cair feio. Com esse dinheiro deixando de rodar na economia, os preços, num primeiro momento desabam. Depois, como sempre que há impressão de moeda, e juros baixos, as empresas vão tentar se manter vivas, e os preços sobem, mas sem que as vendas subam. Sem oferta, e com preços subindo, a população vai descobrir a verdadeira crise.

O que pensa o brasileiro? Que esse imenso país, quase um continente, virou uma ilha. É a ilha da tranqüilidade, onde tudo não acontece. Nada se faz e nada acontece. Vamos pagar caro pela nossa negligencia. É a ilha dos Birutas. O mundo vai afundar e nós vamos juntos, meio atrasados, mas sem dó nem piedade. A crise no Brasil virá pelos portos, e não pela internet ou agencias de notícias. Por aqui o que se quer é esconder a verdade.

Mas, as estatísticas de embarques e desembarques nos portos, os empregos nos portos, as taxas e impostos cobrados nos portos, tudo isso vai mostrar que, para um país que se baseava em exportações para crescer, onde 62% das vendas externas eram feitas por apenas uma empresa, a Vale do Rio Doce, as coisas vão começar a dar errado.

Vai sumir do mercado tudo quanto é crédito. Qualquer um dos tipos. Não irá sobrar nem o cheque especial. Assim que os bancos perceberem que o calote é iminente, a correria vai ser grande.

Ai eu quero ver o nosso ministro vir dizer de novo que o crédito está restabelecido.

Podem chamar a policia minha gente, porque o CRÉDITO sumiu. Ou foi seqüestrado, ou pior, morto.

Só quem não pode reclamar é sindicato. E eles não vão reclamar mesmo, simplesmente porque são os donos do poder.

Como todos sabem, não há almoço grátis.

Vocês têm de pagar a conta e ela será salgada e cara, como nunca antes nesse país.

Escrito por Nathal às 00h28

Transcrito do Blog Nathal & Candlesticks: http://nathal.zip.net/
Em 2 de dezembro de 2008.